Casa de Camilo

Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco
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Seide Saúda-vos!

30 de maio de 2009

VII - A gratidão

(pág. 76)
(...)
A humanidade entrou em refundição, nestes últimos anos, e converteu-se em valores. O homem já não é animal bípede implume, nem rei da criação, nem homem: é moeda. O que por ora lhe não fazem é tocá-lo sobre um balcão a ver se ele tine bem, e dá os quilates legais; mas, com o decurso dos descobrimentos, há-de inventar-se um qualquer instrumento, mediante o qual se determine rigorosamente as libras que cada pessoa tem na algibeira e as que deixou em casa. Este instrumento há-de dispensar a boa-fé necessária nos contratos, a probidade comercial, e as custosas informações que se tiram dos sujeitos de «fortuna» equívoca.
Nesses futuros próximos e auspiciosos dias, que eu tenho a honra e glória de profetizar ao género humano, os pais de meninas desposáveis não hão-de ser enganados pelos genros, nem os genros pelos sogros; o capitalista saberá, a ponto, se o aceitante da letra está endinheirado na véspera do vencimento; a prima-dona observará de antemão se o empresário premedita caloteá-la na melhor boa-fé de empresário insolvente. É um sem número de vantagens sociais a promanarem da invenção do instrumento, que poderá chamar-se numímetro, de numus, «dinheiro», e metron, «medida».
Tudo nos anuncia o próximo aparecimento do numímetro.
É preciso que se invente alguma cousa que supra a falta de lealdade nos contratos, a qual se há-de ir quebrantando, à medida que a religião, forja onde se caldeiam e depuram as consciências, se for desluzindo.
(...)
In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

29 de maio de 2009

VI - A Cruz do Outeiro

(pág.s 71/72)
(...)
- Eu queria ser caixeiro - disse Manuel.
- Escreva aí o seu nome - disse o negociante.
Manuel pegou da pena como quem pega numa verruma, e furou o papel três vezes antes de escrever o M.
- Está bom, está bom - acudiu o outro sorrindo; - já vejo que tem letra inglesa!... E quer você ser caixeiro! Estava mais talhado para professor de primeiras letras. Quem escreve assim, o que deve é ensinar a escrever. Vejamos como está de contas. Faça aí uma operação de quebrados. Ponha lá...
Manuel esbugalhou os olhos, e exclamou:
- O quê?
- Você sabe a regar de três? sabe as quatro operações aritméticas?
- Eu não sei nada disso, senhor!
- Pois não sabe fazer contas?!
- Sei cá p'ra me remediar; mas lá disso de ... como é?... a gente, quando lhe faz minga, conta pelos dedos.
- Ora, meu amigo - radarguiu o compassivo português, vá-se embora; fuja do Brasil, se cá não quer dar ossada. Você não tem senão o recurso da enxada; enxada por enxada, vá trabalhar na sua terra: um jornal de quatro vinténs por dia é lá melhor que três patacas no Brasil.
- Graças a Deus, eu que tenho bens meus onde trabalhar - replicou Manuel. - As minhas terras valem oitenta centos.
- Pois você é lavrador, tem bens, e vem para o Brasil procurar fortuna? Sabe que mais, se não quer ir para Portugal, vá para o diabo, que eu não questiono doudos.
Manuel saiu confundido e com a alma de negro. Não falando já nos pretos que via, tudo lhe parecia da cor da alma.
(...)
In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

28 de maio de 2009

V - História das janelas fechadas há 30 anos

(pág.51/52)

- Conta-me agora uma história sem dinheiro - pedi eu ao meu amigo.

-Queres então uma história sentimental?

- Isso.

- História de sentimento aldeão? Eu não posso contar de outras. Bem sabes que da vida das cidades nada sei.

- Vejamos: pode bem ser que me vás referir cousas muito originais!

- Onde tu vens!... originalidade!

- Onde devo ir. Nas cidades é que já não há sentimento de originalidade nenhuma. As paixões, de lá, boas e más, têm tal analogia, que parece haver uma só manivela para todos os corações. Esta identidade é grande parte na monotomia dos meus romances. Há duas ou três situações que, mais ou menos, ressaem no enredo de vinte dos meus volumes, cogitados, estudados, e escritos nas cidades. Quando quero retemperar a imaginação gasta, vou caldeá-la à incude do viver campesino. Avoco lembranças da minha infância e adolescência, passadas na aldeia, e até a linguagem me sai de outro feitio, singela sem afectação, casquilha sem os requebrados volteios, que lhe dão os invezados estilistas bucólicos. Assim que descaio em dispor as cenas da vida culta, aí vem a verbosidade estrondosa, o tom declamatório, as infladas objurgatórias ao vício, ou panegíricos, tirados à força da violentada consciência, a umas inocentes virtudes, que me têm granjeado descréditos de romancista da lua. Conta-me, pois, uma história sentimental, meu amigo.

(...)

In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

27 de maio de 2009

IV - A conteira

(pág. 35)
- Porque não fazes um volume deste facto? - perguntou António Joaquim.
- Hei-de ver se faço seis volumes, meu amigo. Terás tu muitas histórias para me contar? Vê lá, meu filho. Se eu achava nesta liteira esqueletos para os cem livros que tenciono escrever em dez anos!...

- Então vocês chamam esqueletos às histórias que apanham de orelha? É bem posto o nome, atendendo à magreza dos livros que fazem!... Que histórias queres tu? De dinheiro?
- E sem dinheiro; servem-me todas.
- Queres tu uma que sucedeu há três meses no meu concelho? Se duvidares, vai lá sabê-lo.
- Ó homem, eu creio em ti; e, se não acreditasse, também não iria informar-me. Eu dispenso-te de me dar provas que o leitor me não pede a mim.
(...)

In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

26 de maio de 2009

III - Maldito seja entre vós quem jogar


Mais umas ironias do romancista da lua... ou romancista descabelado, como lhe chama António Joaquim, nesta história.


(Pág. 26)
(...)
- Fala sério, homem! - atalhou António Joaquim - Tu tens a tua independência feita e estás no caminho de...
- Morrer...
- Com cem contos, e uma estátua na tua terra, à custa da nação agradecida.
- Estátua do espanto me fazes tu, amigo António! Se não fosses engraçado, serias tolo! Pois tu cuidas que eu vivo dos romances?
- Cuidei...
- Nada, não... Eu vivo da glória. Descobri em mim um segundo aparelho digestivo, que elabora, em substância nutritiva, a glória.
- Isso parece-me útil - obtemperou o meu amigo; - porém, seria justo que tivesses teu um décimo do dinheiro que tens dado a tanta gente...
- A quem?!
- Aos personagens das tuas novelas.
(...)
In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

25 de maio de 2009

I e II - A égua que salva



A cada história, emprestava Camilo o seu tom irónico, galhofeiro,... de quem sabia fazer espírito.


Repassarei algumas dessas passagens, no seu diálogo com António Joaquim.

« - Isso não é questionar, é fazer espírito - interrompi. - Seja o que for, é uma cousa que depõe vantajosamente a favor da tua habilidade galhofeira. Em todo o caso, entendes tu que não há mulher que salve!
- Entendo. Cousa que salve há uma só: é a experiência das mulheres que perdem. Ainda há uma outra, que não ouso dizer-te com medo que me julgues um zombeteiro de mau gosto.
- Que cousa é essa?...diz lá!
- É uma égua brava.
- Uma égua brava?! Que mangação!
- Ouve lá a história de uma égua que salva
(...)

«Tratou ele de colher vingança por mais covardes traças.
Denunciou ao pai de Maria os nossos breves diálogos da janela do muro. A mãe, esforçada pelo nariz que eu trasladara, sem malícia, na parede da igreja, instigou o marido, fumegando vaporações de raiva pelo nariz original. Foi a menina proibida de ir ao miradouro.»
(...)

«A srª Joana passou a esponja da razão sobre o nariz pintado; o sr. João, marido dela, esqueceu a ofensa involuntária às suas pombas; minha mãe chorou as derradeiras lágrimas sobre a mitra dos seus sonhos episcopais; e meu pai foi obrigado a concordar que os trajos das senhoras cidadãs não pegavam nem implicavam desonestidade às meninas das aldeias. Os dois clérigos deram por concluída, cooperante a protecção divina, a sua missão, e escreveram os proclamas para serem lidos nos três dias santificados.»


In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

24 de maio de 2009

22 de Maio: Vinte Horas de Liteira


VINTE HORAS DE LITEIRA – em abertura das obras de Camilo, nas conversas e nas ideias que se possam cruzar, pelos elementos inscritos em Noites de Insónias.

Um livro de um magnetismo total, que me prendeu, noite após noite, ao leito da minha insónia. Quando o terminei de ler, ficou-me a nostalgia do apear-me de uma companhia espirituosa e plena de Alma, como a de Camilo Castelo Branco.

Como diz no prefácio deste livro, “Vinte horas de Liteira faz-nos acompanhar Camilo em viagem de Vila Real ao Porto, viagem que motiva, justifica e suporta um seu diálogo com António Joaquim, suposto companheiro do hipotético percurso.”

São dezasseis histórias, que embora produtos da imaginação fantasiosa de Camilo, não perdem vida e valor, “como documentos singularmente fidedignos da sociedade portuguesa de Oitocentos.”- (em nota editorial).

Uma escolha muito feliz, sugerida pelo nosso guia camiliano, o professor Cândido Oliveira Martins. E feliz, porque para quem não lê Camilo há muito, este livro, pouco volumoso, leva-nos a memórias e a imaginações de outros livros de Camilo, como se esta pequena/grande obra fosse uma amostra, o “sumo” bem espremido de todas as outras.

Para quem não conhece Camilo, fica a conhecê-lo como um homem ligado à vida do campo e, como escritor, recorrendo a vários meios e a estilos de linguagem, como o próprio escreveu em “História das janelas fechadas há 30 anos” (págs. 51/52):

“Quando quero retemperar a imaginação gasta, vou caldeá-la à incude* do viver campesino. Avoco lembranças da minha infância e adolescência, passadas na aldeia, e até a linguagem me sai de outro feitio, singela sem afectação, casquilha sem os requebrados volteios, que lhe dão os invezados estilistas bucólicos. Assim que descaio em dispor as cenas da vida culta, aí vem a verbosidade estrondosa, o tom declamatório, as infladas objurgatórias** ao vício, ou panegíricos***, tirados à força da violentada consciência, a umas inocentes virtudes, que me têm granjeado descréditos de romancista da lua."

Decorreu esta sessão num clima de entusiasmo, procurando reflectir o espírito camiliano, as ironias, a soberania na linguagem, a riqueza de quem possui uma sensibilidade que contempla, sobretudo, a alma humana.
Para finalizar o convívio é oferecido um vinho do Porto pela Casa de Camilo, mais uns docinhos... como oferta extra, 'rotativa', sugerida pelo seu representante: Dr. José Manuel Oliveira; desta vez, suplantado pelo amigo Jerónimo Oliveira, que nos fez apear da Liteira e comer um bom presunto, salpicão, azeitonas, pão e bolo caseiro, tudo regado com um bom vinho branco, daqueles que escorregam pela garganta e sobem pela nuca.

Não foi do vinho, mas suspirei...!

«Ah…! Quanto daria eu para ver Camilo refastelar-se à mesa de sua antiga casa, saboreando deste rico manjar minhoto, contando-nos as histórias de anjos diplomatas em negociações de inocentes afectos, nas viagens de mais do que vinte horas de outros céus,... de coração alegre, lúcido, perfumado e intumecido de delícias…»

Resta-me a consolação de saber que a 17 de Junho, retomaremos mais uma conversa, com "Coração, Cabeça e Estômago"!

Nota: Foi ainda comentada a falta de umas notas de rodapé nas obras - a trocarem certa "verbosidade estrondosa" de Camilo, direccionada mais para a vida culta, por alguns significados mais casquilhados, mais ao modo do viver campesino - como este onde nos encontramos, na Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide.
Dicionário de palavras: *incude - bigorna; **ojurgatórias - censuras; ***panegíricos - louvores
Agora o registo fotográfico:

23 de maio de 2009

A primeira comunidade de leitores - 15 de Maio


Leitores de Camilo reúnem-se na Casa de Seide
Maio 15, 2009 por casadecamilo



Um texto de Amadeu Gonçalves


A primeira comunidade de leitores em torno da obra e da textualidade de Camilo Castelo Branco, organizada pela Casa-Museu em S. Miguel de Seide, V. N. de Famalicão, reuniu-se pela primeira vez no passado dia 30 de Abril.Inserida na actividade Noites de Insónia, teve como mediador Cândido Oliveira Martins, professor da Faculdade de Filosofia de Braga/Universidade Católica Portuguesa, que escolheu para este primeiro encontro a obra Memórias do Cárcere (MC), decorrendo a sessão de uma forma bastante informal, comunicando os presentes entre si o que a leitura da obra seleccionada lhes proporcionou. Se a comunidade, neste primeiro encontro, tinha em si alguns especialistas da obra camiliana, curiosos e outros simples leitores, o que então se verificou foi uma simples troca de ideias perante o que a obra de Camilo revela.Para Cândido Martins, a questão da escolha das MC para esta primeira sessão da comunidade leitores camiliana, deve-se, particularmente, às seguintes razões: o sucesso editorial da obra e a publicação de algumas histórias contidas na narração com várias edições, caso de José do Telhado, o pendor narrativo, o qual evidencia o factor de coesão, apesar de poder evidenciar ao seu leitor uma estrutura desconexa, e, na sua sequência, tais histórias narrativas transmitem a ideia de potenciais romances, e, finalmente, evocou o cenário da prisão, o qual foi ímpar de observação para analisar a psicologia humana, nas suas misérias e grandezas. Cândido Martins salientou também Camilo na sua plena maturidade perante a arte de contar, assim como também a actividade profícua na prisão, entre leituras (as quais algumas são ficcionais, digo) escreve Doze Casamentos Felizes, Amor de Perdição e textos jornalísticos.

(...)


O resto do texto em Casa de Camilo

17 de maio de 2009

Trilho da Cangosta do Estevão

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Foto da autora deste blogue.



Nestas noites em que os museus estão de portas abertas ao público, nas comemorações do Dia dos Museus, os funcionários da Casa Camilo Castelo Branco, do Centro de Estudos Camilianos e do Grupo de Caminheiros da GRUCAMO, em Seide, Vila Nova Famalicão, meteram pés a caminho e convidaram o público a percorrer e a viver os trilhos de Camilo, conforme apelidaram de: “Cangosta do Estevão”.
“Pelos caminhos deste recanto minhoto percorridos pelos passos de Camilo nas suas deslocações a Landim, vamos hoje reviver esses momentos de evasão do nosso romancista.”
Apesar do tempo chuvoso, ultimaram-se os preparativos para a caminhada no átrio do Centro de Estudos Camilianos.
Alguns vestidos a preceito, outros bem resguardados de capa e guarda-chuva, partimos nós de autocarro até ao Mosteiro de Landim.
Ali começaram as pequenas dramatizações relatando episódios do romancista, das suas Novelas Minhotas e até da Murraça.
Foram quatro momentos divertidos, de lanterna em punho alumiando os ‘escritos’ e… os pés das damas de vestido longo, que foram arrastando os seus vestidos rendados nos lamaçais dos caminhos.
Houve alturas em que os perigos eram eminentes, não pelos assaltos do Zé do Telhado, mas pelas escuras ruelas, pelos carreiros lamacentos em campos recém-lavrados, pelas silvas encobrindo bermas – onde um passo em falso nos levaria a desaparecer na escura noite ou, no riacho Pele. Valeram-nos os caminheiros da Grucamo, muito experientes nestas cousas de perigos, abrindo braços e protegendo-nos as bordas.
O nosso anfitrião, Camilo Castelo Branco, protagonizado pelo guia do museu, o Reinaldo, cavalheiro de falas de cor, de conhecimento profundo da obra, que leva os ouvintes a pensarem-no possesso pelo pensamento do romancista descabelado – como diria António Joaquim se se apeasse da liteira e assistisse a tal procissão nocturna.
Com Camilo à conversa desde o Mosteiro de Landim, mais o Cego, mais a Brasileira de Prazins e a Maria Moisés, éramos chegados ao Centro de Estudos para descanso da passeata, percorridos 2.400 metros.
E para animar a malta, já que na vida do representante de Camilo há uma boina e uma viola, aí temos o Reinaldo mais a sua cantadeira – a Fátima, que juntamente com o resto do grupo “Pedra D´Água” dão vida a um serão da província.
E como surpresa final, num ambiente descontraído e alegre, retemperaram-se energias com os tradicionais rojões à moda do Minho, pão de milho, caldo verde e um bom vinho; tudo servido em louça de barro com a inscrição de “Camilo” – para que não restassem dúvidas.
Assim terminou uma noite que ameaçava chuva… mas não choveu e deu vida a um Museu.

Ver fotos e o resto dos textos em: http://lucy-natureza.blogspot.com/search/label/Museu-Casa%20de%20Camilo

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Casa de Camilo - Noites de Insónia

«As “Noites de Insónia” têm como finalidade a descoberta de formas diferentes de aproximação aos textos camilianos, através da discussão em grupo de determinadas obras, escolhidas previamente. Do gosto pela leitura e da conversa sobre o que se lê, da troca de opiniões, de pontos de vista, de associações, procuraremos criar cumplicidades e desenvolver o gosto por uma leitura mais activa e partilhada da obra do romancista de Seide.» http://camilocastelobranco.org/index2.php?co=569&tp=6&cop=260&LG=0&mop=604&it=evento_lst Coordenadores: 2009 - Professor Cândido Oliveira Martins - Universidade Católica de Braga 2010 - Professor Sérgio Guimarães de Sousa - Universidade do Minho 2011 - Prof. João Paulo Braga

Encontros 2012 - Professor Sérgio

15 Fevereiro - "Memórias do Cárcere" - Discurso Preliminar
7 Março - "Memórias do Cárcere" - Do I capítulo ao V

Encontros 2011 - Professor Paulo

2011 "A Viúva do Enforcado" - 16 de Novembro - 21:30 "A Filha do Arcediago" - 19 de Outubro - 21:30 "As Aventuras de Basílio Enxertado" - 21 de Setembro - 21:30 "Maria Moisés" - 9 de Julho - 21:30 "O Cego de Landim" - 15 de Junho - 21:30 "O Retrato de Ricardina" - 4 de Maio - 21:30 "A Corja" - 6 de Abril - 21:30 "Eusébio Macário" - 9 de Março - 21:30 "A Sereia" - 9 de Fevereiro - 21:30

Encontros 2010 - Professor Sérgio

"Memórias de um suicida" - 30 de Novembro - 20h "O que fazem Mulheres" - 6 de Outubro - 21:30h "O Amor de Perdição" - 16 Junho - 20h "O Senhor do Paço de Ninães" - 21 Abril - 21h30 "Anátema" - 24 Março - 21h30 "A Bruxa de Monte Córdova" - 24 Fevereiro - 21h30 "A Queda dum Anjo" - 20 Janeiro - 21h30

Encontros 2009 - Professor Cândido

"Estrelas Propícias" - 11 Novembro - 20h "A Brasileira de Prazins" - 21 Outubro - 21h00 "Novelas do Minho" - 16 Setembro - 21h30 "Coração, Cabeça e Estômago" - 17 Junho - 21h30 "Vinte horas de Liteira" - 22 Maio - 21h30 "Memórias do Cárcere" - 30 Abril - 21h30