Casa de Camilo

Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco
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28 de junho de 2009

3º Encontro: Coração, Cabeça e Estômago

No dia 17 de Maio, pelas 21:30h, reuniram-se pela terceira vez, os leitores de Camilo Castelo Branco, para mais uma reflexão sobre o escritor e a sua obra:
«Coração, Cabeça e Estômago»
«…Esta novela pode ainda ser lida como uma autobiografia de Camilo Castelo Branco, ressalvando sempre a noção de que Camilo não teve apenas uma vida mas muitas, cada uma vivida por si só com sinceridade e com intensidade. Se atendermos ao amor, e relembrando-o na vida do autor, basta ter em conta as “sucessivas” mulheres de Camilo que, sempre à conta desse sentimento sublime, ele foi deixando para trás em nome da deambulação sentimental, provavelmente sem nunca ter querido admitir que praticava, à luz dos seus próprios critérios, o crime masculino por excelência, seduzir e abandonar a amada.

…Esta novela representa, ainda, a ambivalência da vida humana na sua busca desesperada de sentido e de propósito definitivos de modo a que a existência seja percebida como valendo a pena ser vivida. O que vai acontecendo, no entanto, tem a força de uma lei imprevista, que bane de uma assentada as melhores intenções e que conduz o ser humano a paragens nunca antes imaginadas, assim como o modo como as coisas e os seres são percebidos é apenas, e sempre, uma parte da verdade.

Como comenta Silvestre da Silva, o narrador-protagonista desta novela, a propósito da percepção do seu comportamento no amor por parte dos outros:
“Era isto o que se dizia; mas a verdade é outra.”
- Se a vida se torna a obra, a própria obra se torna a vida.
…Que tenha sido Camilo Castelo Branco o autor da novela que nos dá a ler de modo tão cru esta revelação, faz-nos crer que é por si mesmo um traço fora do comum (tocando as raias da invenção genial) de um autor proteiforme, inconformista, intuitivo, com uma capacidade de ironia como visão do mundo, da existência humana e da palavra romanesca, para além do facilmente concebível.»
Do Prefácio de Eunice Cabral

In Cabeça, Coração e Estômago - Camilo Castelo Branco


22 de junho de 2009

Epílogo - Vinte Horas de Liteira

Ontem, 27 de Outubro deste ano de 1864, quando eu, à conta da pequenez do livro, cuidava em alinhavar outra história, que o meu amigo provavelmente me não contou, anunciou-se-me um sujeito de botas de água e cobrejão.
Era António Joaquim.
Haviam decorrido cinco anos sem nos vermos.
- Como estás nutrido! - exclamou ele.
- É a gordura da felicidade! - disse eu, apalpando os perigalhos da barba para me convencer da minha nutrição - E tu? que nediez! que elefante de força e saúde! És o emblema do Minho em carne; em osso não digo, porque tu deixaste de pertencer aos animais vertebrados: és um molusco inteligente, António! Como ficou a tua família? Os teus rapazes? Os teus sócios da arca santa em que mareias sobre este cataclismo de corrupção universal?
- Estão todos bons. A única pessoa corrompida da arca sou eu.
- Tu!'
- Eu, sim, desde que involuntariamente dei direito a que o meu nome se leia em vinte e tantos folhetins do Comércio do Porto. A pureza da minha vida e costumes quem ma dava era a obscuridade. Enquanto o mundo me desconhecesse, sabia eu que o meu esconderijo seria defeso à curiosidade malévola e pestilencial; porém, desde que me fizeste viver e discorrer, e parvoejar, como qualquer sócio deste funesto clube, chamado a sociedade, a minha pessoa, o eu subjectivo, deixou de ser eu, e passou a ser tu. Quero dizer que aniquilaste a minha individualidade típica: consubstanciaste-me na matéria universa; e contaminaste-me da peste geral.
Foste ingrato a quem te deu a liteira para vinte horas!

(...)

In Vinte Horas de Liteira - C.C.B.

20 de junho de 2009

Conclusão - Vinte Horas de Liteira

(p. 191)



(...)

Aqui tens o que eu chamo organização das cousas.

O que querias tu que ele se fizesse? Albardeiro? Cabeleireiro? Acendedor de lampiões? Peço à tua razão ilustrada uma resposta.

- Se ele tinha inteligência - disse António Joaquim - fizesse-se escritor.

Ouvido isto, benzi-me, pus os olhos no céu, e disse:

- A Providência divina houve por bem endoudecê-lo pelos processos ordinários da loucura vulgar, antes de lhe incutir a loucura extraordinária de fazer-se escritor em Portugal. Que paradoxo! A inteligência do teu amigo não lhe abriu as portas do funcionalismo público? Não: pois bem, faça-se dessa inteligência alguma cousa! Um escritor - o derradeiro mester em que pode ser aproveitado esse raio luminoso do coração de Deus!...

Ó meu amigo, o máximo favor que um português pode receber do Céu, é indoudecer, na véspera de fazer-se escritor público!

(...)

In Vinte Horas de Liteira - C.C.B.

18 de junho de 2009

XVI - Amor de freira

(p. 179)

(...)

- O pouco que entendi da resposta - reflexionou António Joaquim - habilita-me a supor que Salomão já contava contigo, quando disse que o número dos tolos era infinito. É um sábio a julgar outro sábio. Agora, vamos à história, que daqui a pouco estás a salvo da liteira e de mim.
- Estás enganado! - acudi eu - Provavelmente irei ter contigo enquanto farejar no bojo da tua memória um romance inédito. Sou teu vampiro, António Joaquim! Hei-de sugar-te seis volumes da alma. Seis volumes, que serão as seis colunas do teu supedâneo no templo dos imortais!... Que fez depois teu tio? Dizias que umas pessoas tinham dó dele, e outras riam-se.
(...)

In Vinte Horas de Liteira - C.C.B.

16 de junho de 2009

XV - Os amores de Teresa

(p. 170)

(...)
- Que magnífica boiada! - disse eu. - O boi é o qudrúpede que mais se parece com um filósofo. Vê tu o passo mesurado, grave, e cadente de um boi! O olhar meditativo! A sisudeza do aspeito! O ar revelativo de um complicado trabalho intelectual que se está elaborando naquela enorme cabeça! Há grandes filósofos inquestionavelmente menos sérios e cogitativos que o boi! Decerto, sabes, amigo Joaquim, a importância social, legendária, simbólica, e mítica do boi na antiguidade.
- Não sei isso bem - disse modestamente o meu amigo; - o que sei deste prestadio animal é que a humanidade o come há muitos séculos, e que nos jantares de Cressus e Luculus apareciam bois inteiros assados, e creio que no convento de Mafra também se assavam inteiros os bois.
(...)
Teresa, quando tinha doze anos, herdou de sua madrinha dous novilhos.
(...)
In Vinte Horas de Liteira - C.C.B.

14 de junho de 2009

XIV - Os percevejos de Baltar

(p.160)

António Joaquim fez-me o favor de achar engraçada a minha história, e perguntou-me quanto devia, visto que a minha profissão era vender histórias. Conspiraram poderosos sentimentos de gratidão para que eu, com o desprendimento do filósofo que rejeitou os tesouros de Xerxes, lhe dissesse que não era nada. Sem embargo da minha recusa, António Joaquim, deu-me um cigarro, e perguntou-me se os editores em Portugal eram mais liberais do que ele. Pude convencê-lo de que os editores em Portugal eram as hóstias imoladas espontaneamente nas aras das letras pátrias, e que eu, à minha parte, havia arruinado uns poucos, e os meus colegas o resto, de teor e modo que, volvidos alguns anos, os poetas e romancistas, se não pudessem viver repletos e intouridos das suas fantasias, haviam de ir às praças, à imitação de Homero, narrar os seus poemas e romances às multidões, que, em paga, lhes enramariam as frontes de acácias e cilindras.

Como este período estirado me tirasse a respiração, e a liteira parasse na estalagem de Baltar, apeámos.
(...)

In Vinte horas de Liteira - C.C.B.

12 de junho de 2009

XIII - A minha história

(p. 153-154)
- É chegada a ocasião de eu te contar uma história, se bem que sinceramente me dói o privar-me, entretanto, de ouvir-te - disse eu, no tom cortesão de qualquer dos estafadores da «Corte na Aldeia» de Rodrigues Lobo. - - A história dos brilhantes de tua prima sugere-me uma recordação de certo acontecimento que me faz rir muito, e que eu decerto, não sei reproduzir com graça. O caso passou-se em Lisboa, há quinze anos.
Um meu amigo, chamado José Cabral, rapaz mui galanteador e galanteado, rendia os seus afectos a uma secular recolhida num convento dos mais elegantes de Lisboa. Era uma senhora de meia-idade, ou da Idade Média, como José Cabral esturdiamente emendava, quando, com a zombaria, cuidava rebater as facécias de quem o carpisse nos seus amores aos quarenta anos de D. Paula Manuel Chichorro. Esta dama tinha sangue nobilíssimo nas veias, e um património regular, mas de cabeça era desconsertada algum tanto, por amor da mania, vinte e cinco anos inveterada, de fazer-se eterna nos versos de um poeta, como a Marília do Gonzaga, e a Elvira do poeta das «Meditações».
Neste propósito, deixou-se cortejar de vários poetas, alguns dos quais, desde 1834 até 1844, lhe consagraram e publicaram versos, que deviam dar-lhe eternidade à ilustre dama, se fossem lidos. Aqueles anos correram tumultuosos de comoções políticas. Qualquer florinha de poesia era desarreigada pelas borrascas da prosa das finanças, e atirada aos quatro ventos, que sacodem as ventarolas da humanidade. Assim, se explica, sem desdouro dos bardos, cantores de D. Paula Chichorro, o passar-se-lhe a década mais florida de graças, sem que o mundo soubesse quem lhe preludiava a eternidade em redondilha maior.
(...)
In Vinte horas de Liteira - C.C.B.

10 de junho de 2009

XII - História de um brilhante

(p. 127)

- Conta-me agora tu uma história - disse António Joaquim.

- Eu costumo vendê-las - respondi com o grave e sisudo desinteresse da arte. - Contava-te um conto bonito, se me desses este brilhante, que me vai cegando com o resplendor de Jeová ao povo escolhido.

- Esta pedra - observou o meu amigo, mostrando-me o anel - também tem história. Pertenceu aos brilhantes de minha prima Adriana.
(...)

... Disseram-lhe que era a suprema demonstração de juízo casar com o sócio de seu pai, porque era velho, e porque era rico: como velho, amá-la-ia como os novos já não amam; como rico, deixá-la-ia rica e nova para depois poder escolher marido. Adriana, ouvidas estas razões de senhoras idosas e experimentadas, sufocou as do coração, e deu-se ao amor e à riqueza do velho, com a tácita condicional de desejar incessantemente que ele morresse para casar com o novo. A sociedade desculpa esta desmoralização.
(...)
Francisco Elisário, que assim se chamava o marido de Adriana, não estudara o sexo feminino, como costumam estudá-lo uns certos sábios, que se enganam todos os dias, e apenas ganham dos seus estudos saberem que são enganados, como outros que nunca estudaram matéria tão incompreensível. O melhor mestre, em ciência tão abstracta, é o amor.
(...)
In "Vinte horas de Liteira" - C.C.B.

8 de junho de 2009

XI - Amor Paternal

(pág. 119 - 120)
(...)
- Este Miguel de Barros - disse eu a António Joaquim, - se não tivesse meninos, havia de conversar agradavelmente na cultura da abóbora e do feijão frade...
- Cala-te aí, selvagem! - atalhou o meu amigo - Se tu soubesses que as criancinhas foram os arcanjos redentores da alma e coração derrancados deste homem!...
- Então é cousa de história de amor do teu amigo aos meninos?
- É e verás. Miguel de Barros foi o homem que eu conheci mais precoce em desmoralizar-se. Aos vinte anos, dispunha de sua plena liberdade, de seus instintos maus, e de muito dinheiro, que ele escondera da vigilância do tutor, quando lhe morreu a mãe. Foi para Lisboa lapidar o brilhante bruto da sua bruta educação, e veio de lá aos vinte e quatro anos, assim, que o dinheiro se lhe acabou, e o conselho de família lhe restringiu as pensões.
Sem Deus, sem lei, sem mínima ideia de deveres, agora entrego à tua imaginação, e conjectura tu o que faria um rapaz de insinuante aspecto, lustrado com o polimento dos salões da capital, bem-falante, afeminado quanto convinha nas frivolidades gratas às damas de todo o mundo, e nomeadamente às damas da terra dele. Lido em histórias de amores aventurosos, tomou para modelo de sua alegre juventude os personagens mais simpáticos, e quis, à força da poesia, intercalada de prosa, enflorar as suas patrícias, fazendo-as também personagens, chamando Elviras umas, Ofélias outras, outras Desdémonas, Virgínias algumas, e pelos modos achou de tudo, ou tudo compôs com a sua prosa e poesia.
(...)
In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

6 de junho de 2009

X - O Ermitão

(pág. 112 - 113)

(...)
... A contrição do crime é a mais expressiva e tocante homenagem às consciências puras. Os remorsos da vida pecaminosa valem mais como exemplo que a serena prática das virtudes. A gente repara mais nas lágrimas da penitência que nas alegrias da alma inocente... Parece que te enfadam estas máximas!...
- Não: eu gosto muito de máximas - respondi; - porém, quando as narrativas me interessam a curiosidade, antes quero ouvir as máximas no fim da história. No entanto, se...
- Pois sim: eu vou direito ao ponto, visto que não é lícito imitar-te na manha com que tu, nos teus romances, ensartas axiomas, quando a imaginação te emperra.
- Agradecido... Não se pode ser La Rochefoucauld sem ter-se a fantasia perra!... Tu e os leitores da tua laia é que afogam os embriões dos escritores aforismáticos em Portugal. Pois sabe tu que a eternidade de muitos livros é o estilo sentencioso que lha dá. Os romances vão a pique, às vinte e quatro horas de navegação, porque não levam lastro de sentenças. Entre nós, há um exemplo da duração de um renome, devido à gravidade das máximas: são os romances do conselheiro Rodrigues de Bastos. É, todavia, necessário que o escritor seja melhor de oitenta anos para que os leitores lhe relevem o tom pedagógico dos axiomas...
- Agora, o estafador da paciência estás sendo tu - atalhou António Joaquim.
(...)
In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

4 de junho de 2009

IX - O enjeitado

(pág. 102 - 103)

(...)
- O homem não morre?

- Qual homem? - perguntou o comendador.

- O brasileiro - respondeu o cirurgião.

- Graças ao Altíssimo! - exclamou Teresa.

Tu devias também exclamar alguma cousa! - me disse António Joaquim. - Bem se vê que tens calo no sentimento! Não há surpresa que comova um romancista, vezado a inventar surpresas, que transcendem os limites do disparate.

- Estou pasmado; mas não exclamo - disse eu.

- O brasileiro - continuou o meu amigo -, assim que se viu ferido numa espádua, declarou que estava morto, e caiu sem sentidos. Os homens da justiça levaram-no para casa com reputação de defunto, e...

- E os sinos - ajuntei eu -, que não tinham razão para serem mais entendidos em ferimentos que os oficiais de justiça, começaram espontaneamente a badalar a finados.

- Não foi tanto assim. Os sinos dobravam por uma velha que morrera na freguesia vizinha; e, como ela era irmã de uma confraria da outra, tinha sufrágios de uma missa, e um toque a defuntos. Tanta pergunta! É costume teu amiudares as explicações aos teus leitores?!

- É, quando os sinos tocam a defuntos por pessoas que não morreram. E depois?
(...)

In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.

2 de junho de 2009

VIII - Os tesouros do príncipe turco

(p. 83-85-87)

- Não tens uma história de feitiços que me contes? - disse eu ao meu amigo.
- De feitiços não me lembra história nenhuma; porém, no género mágico, posso contar-te o que sucedeu a meu tio João Manuel com o livro de S. Cipriano. Tu sabes que nunca houve Cipriano nenhum que escrevesse tal livro...
(...)
Meu tio, o padre, e um cavador da confiança de meu tio, carregado de virtualhas para um dia, e de instrumentos para as primeiras explorações, subiram, há trinat e tantos anos, ao espinhaço da serra de Vermoim. O padre era muito mais alumidao que meu tio em história. Sentou-se ele numa fraga, depois que almoçaram, e contou que um príncipe turco da Mourama vivera naquele sítio com muitas riquezas roubadas aos cristãos.
(...)
Posto isto assim com esta clareza histórica, verdade que escapou aos cronicões dos monges, que escreveram a mitologia de Portugal, o padre barrosão disse que os tesouros deviam de estar a curta distância da cisterna, cujos bordos eram ainda visíveis na superfície escabrosa da chã, em que o castelo se sepultara. Meu tio conformou-se a este sensato parecer; e começaram os trabalhos de escavação, depois de beberem um bom trago da borracha, tesouro que eles tinha, levado, sem indicações de S. Cipriano.
(...)
Como a noute dá conselho, meu tio e o padre deliberaram partir para o Porto de madrugada, e oferecer as pedras à análise de peritos para lhes determinarem o valor.
O ar misterioso com que eles se apresentaram a um ourives faceto da Rua das Flores, foi uma solene recomendação de sua tolice. O primeiro impulso do ourives foi dar-lhes com os dous calhaus na cabeça deles; porém, amigo de rir-se, mudou de cara, fez-se pasmado da riqueza do achado, contrastou as pedras, e exclamou cavamente:
- Onde acharam os senhores esta riqueza?
(...)
In "Vinte horas de Liteira" - C.C.B.
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Casa de Camilo - Noites de Insónia

«As “Noites de Insónia” têm como finalidade a descoberta de formas diferentes de aproximação aos textos camilianos, através da discussão em grupo de determinadas obras, escolhidas previamente. Do gosto pela leitura e da conversa sobre o que se lê, da troca de opiniões, de pontos de vista, de associações, procuraremos criar cumplicidades e desenvolver o gosto por uma leitura mais activa e partilhada da obra do romancista de Seide.» http://camilocastelobranco.org/index2.php?co=569&tp=6&cop=260&LG=0&mop=604&it=evento_lst Coordenadores: 2009 - Professor Cândido Oliveira Martins - Universidade Católica de Braga 2010 - Professor Sérgio Guimarães de Sousa - Universidade do Minho 2011 - Prof. João Paulo Braga

Encontros 2012 - Professor Sérgio

15 Fevereiro - "Memórias do Cárcere" - Discurso Preliminar
7 Março - "Memórias do Cárcere" - Do I capítulo ao V

Encontros 2011 - Professor Paulo

2011 "A Viúva do Enforcado" - 16 de Novembro - 21:30 "A Filha do Arcediago" - 19 de Outubro - 21:30 "As Aventuras de Basílio Enxertado" - 21 de Setembro - 21:30 "Maria Moisés" - 9 de Julho - 21:30 "O Cego de Landim" - 15 de Junho - 21:30 "O Retrato de Ricardina" - 4 de Maio - 21:30 "A Corja" - 6 de Abril - 21:30 "Eusébio Macário" - 9 de Março - 21:30 "A Sereia" - 9 de Fevereiro - 21:30

Encontros 2010 - Professor Sérgio

"Memórias de um suicida" - 30 de Novembro - 20h "O que fazem Mulheres" - 6 de Outubro - 21:30h "O Amor de Perdição" - 16 Junho - 20h "O Senhor do Paço de Ninães" - 21 Abril - 21h30 "Anátema" - 24 Março - 21h30 "A Bruxa de Monte Córdova" - 24 Fevereiro - 21h30 "A Queda dum Anjo" - 20 Janeiro - 21h30

Encontros 2009 - Professor Cândido

"Estrelas Propícias" - 11 Novembro - 20h "A Brasileira de Prazins" - 21 Outubro - 21h00 "Novelas do Minho" - 16 Setembro - 21h30 "Coração, Cabeça e Estômago" - 17 Junho - 21h30 "Vinte horas de Liteira" - 22 Maio - 21h30 "Memórias do Cárcere" - 30 Abril - 21h30