Casa de Camilo

Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco
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Seide Saúda-vos!

25 de julho de 2011

Samardã


''Eu que conheço a Samardã, desde os meus onze anos.
Está situada na província transmomtana, entre as serras do
Mesio e do Alvão. Nas noites nevadas, as alcateias dos
lobos descem à aldeia e cevam a sua fome nos rebanhos,
se vingam descancelar as portas dos currais; à míngua de
ovelhas, comem um burro vadio ou dois, consoante a
necessidade. Se não topam alimária, uivam lugubremente,
e embrenham-se nas gargantas da serra, iludindo a fome
com raposas ou gatos bravos marasmados pelo frio. Foi
ali que eu me familiarizei com as bestas-feras; ainda
assim, topei-as depois, cá em baixo, nos matagais das
cidades, tais e tantas que me eriçaram os cabelos....''

Camilo Castelo Branco
In Novelas do Minho
'O Degredado'

15 de julho de 2011

Nos passos de Camilo ... 2ª parte

 Na foto: Igreja Matriz do  Divino Salvador em Ribeira de Pena

«Foi nesta igreja  que casou, em 18 e Agosto de 1841, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, na altura com 16 anos de idade, com Joaquina Pereira de França, uma jovem de 14 anos, natural de Gondomar e residindo na povoação de Friúme com seus pais.»  - Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena

Ribeira de Pena esperáva-nos para o resto do percurso camiliano, tendo como guia o Dr. Emanuel Guimarães. Em dois pequenos autocarros, cedidos pela Câmara Municipal, seguimos para Friúme, local para onde Camilo vai viver, entre um a dois anos da sua vida, depois de abandonar a Samardã.

Segue-se uma pequena parte do texto de Francisco Botelho -"Camilo e Ribeira de Pena" - que vem na contracapa dos "Contos Ribeirapenenses de Camilo (Como ela o amava! História de uma porta e Sexto casamento feliz) uma Edição da Câmara Municipal de Ribeira de Pena, que, gentilmente, nos foi oferecido na visita.

«Quando Camilo Castelo Branco desceu de Vilarinho da Samardã para Ribeira de Pena, atravessando áridas paisagens do Alvão, seria um rapaz imberbe, com apenas quinze anos feitos. Convivendo com o drama da  orfandade, integrado numa família para quem era mais um encargo do que alegria, Camilo começava a despontar para a vida, para o amor, para o sonho de possuir o mundo. Acredito que ao descer de Vidoedo e vislumbrar todo o vale do Tâmega verdejante, viçoso a seus pés, tenha sentido arroubos de liberdade.
(...)»

Este nosso passeio teve como mote a novela "Maria Mosés" - livro agendado para este mês de Julho, na continuação dos encontros da comunidade de  leitores das "Noites de Insónia".

 Na foto: "As poldras" - no rio Tâmega

«Ao avistar as poldras que alvejavam poídas e resvaladíssimas ao lume de água, teve vertigens e disse: "Eu vou morrer". Pôs o berço à cabeça, esfregou os olhos turvos de pavor, e esperou que as pancadas do coração sossegassem. Depois, benzendo-se, pisou com firmeza as quatro primeiras pedras; mas daí em diante ía como que cega; a corrente parecia-lhe caudal e negra. Quis sentar-se numa das polras; e, na precipitação com que o fez para não cair, escorregou ao rio.» - Camilo Castelo Branco, em "Maria Moisés", uma das novelas do Minho - podemos considerar esta pequena jóia da literatura portuguesa, segundo Francisco Botelho, toda ela ribeirapenense.

 Na foto: Ponte de arame

«(...)E se a Ponte de Arame não é contemporânea de Camilo, ela é um local extremamente agradável
para acompanhar a leitura de dois textos alusivos à travessia do Tâmega e escritos por Camilo.
Um, através das poldras, figura na novela “Maria Moisés”. O outro, uma travessia de barca, é
descrita no Sexto dos “Doze Casamentos Felizes”.(...)» - Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena

Ver o Roteiro camiliano completo aqui:
http://brp.no-ip.org/images/editorfile/Roteiro_Camiliano.pdf

Na foto: Convívio com 'canto coral à mistura' -  José Manuel Oliveira com o cancioneiro na mão e Reinaldo Ferreira à viola. 

Agradeço aqui ao Dr. José Manuel Oliveira, director do Centro de Estudos Camilianos, em Seide, a  feliz oportunidade que nos deu com tão maravilhoso passeio, o enriquecimento cultural e o convívio espectacular que todos bem-dizemos e que desejámos se repita mais vezes. 
Bem haja! 

Ribeira de Pena- 2ª parte
 

13 de julho de 2011

Nos passos de Camilo... 1ª parte

Visitar Vilarinho da Samardã, em Vila Real, e Friúme, em Ribeira de Pena, ... onde Camilo passou parte da sua infância e juventude, leva-nos muito atrás no tempo, ao tempo de seguirmos os passos de um jovem feliz, caminhando tão em sentido oposto aos passos finais que lhe conhecemos em S. Miguel de Seide.
Foi com alguma nostalgia, mas com imenso prazer, que acompanhámos o nosso anfitrião de Seide, o Dr. José Manuel Oliveira, que nos guiou nesta parte do Roteiro Camiliano.  
Saídos de Vila Nova de Famalicão na manhã cinzenta e chuvosa de 9 de Julho, em jeito de ameaça  de nos encobrir a paisagem o dia todo, assim chegámos a Vila Real, onde nos abastecemos com umas deliciosas e quentinhas "covilhetes" (tipo empadinhas de carne) da pastelaria Gomes. Daí seguimos para Vilarinho da Samardã, local onde viveu Camilo Castelo Branco e sua irmã, vindos de Lisboa assim que ficaram orfãos.
Foi aqui, na casa da tia Rita Emília, que Camilo passou os anos mais felizes da sua infância e adolescência, conforme as suas próprias palavras, usadas na inscrição da parede da casa:

"Eu não tenho imaginação, tenho memória, memória do que vi, do que senti, do que experimentei." (Vingança, 1858)

"Quando quero retemperar a imaginação gasta, vou caldeá-la à incube do viver campesino. Evoco lembranças da minha infância e adolescência, passadas na aldeia, e até a linguagem me sai de outro feitio, singela afectação, casquilha sem os requebrados volteios, que lhe dão os inviesados estilistas bucólicos". (Vinte Horas de Liteira, 5ª edição, 1966)



E, passadas as primeiras impressões, as mais sentidas em comoção e lembranças felizes do nosso escritor de Seide, eis-nos instalados num magnífico parque de merendas ali perto, onde nos propusemos alegrar o dia com um repasto delicioso, guitarradas e cantigas, agradecendo aos céus por nos dar uma 'aberta' no tempo, o tempêro do estômago e a leveza da alma. Foram momentos magníficos vividos em partilha e alegria com o grupo de leitores e coordenadores das Noites de Insónia, mais todo o pessoal que cuida e rege a Casa de Camilo e o Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide, contando ainda com a presença de alguns familiares e amigos.

De seguida, fomos para a aldeia de Bragadas, em Ribeira de Pena, visitar a famosa porta que deu ensejo à "História de uma porta", inserida nos contos: Noites de Lamego.


 


































"A cena decorre em Bragadas, lugar da margem fronteira a Friúme.
(...)
Bragadas está no viso de um outeiro, cujos pendores caiem sobre os rios Tâmega e Beça, perto a sua confluência.
(...)
Das trutas do Beça, diz Camilo serem «trutas velhas de cabelos brancos» e ainda que elas eram «as maiores trutas dos córregos, riquíssimos de Portugal».
(...)
Mas não deixa de estar lá um portal, escondido aos olhos de quem na rua passa, imprevisível na localização, nas proporções desmesuradas, e também mesmo na ornamentação, que não tendo a riqueza hiperbolizada de Camilo, é, mesmo assim, o melhor espécime de portal magestoso entre nós existente.
(...)
Dentro, a casa da moradia, é, como diz Camilo, uma modesta habitação de lavradores remediados.
(...)
Porque não teria prosseguido aquela obra magestosa?
Roubo do dinheirinho praticado pelo padre-filho ao padre-pai como conta Camilo, ou isto não passa de ficcão novelista?
(História de uma porta - In Noites de Lamego)


(Pode ler-se mais aqui: Casa do Barroso, Aldeia de Bragadas (Ribeira de Pena) - no blogue da Casa de Camilo) 


Fim da 1ª parte deste Roteiro.

Pode ver-se mais no blogue: "Portugal___ em Mim"  
http://lucy-natureza.blogspot.com/2011/07/nos-passos-de-camilo-ribeira-de-pena.html

(Continua no post seguinte)

4 de julho de 2011

Maria Moisés: Enredos do Coração




Maria Moisés de Camilo Castelo Branco: Enredos do Coração

A fábula novelesca de Maria Moisés, de Camilo Castelo Branco configura uma típica novela sentimental, mas ao contrário do Amor de Perdição singulariza-se por dosear a mundividência romântica com uma atenção a elementos realistas. Digamos, portanto, que se trata de uma novela passional (sobretudo na 1ª Parte), equilibrada por um realismo temperado e tipicamente camiliano. Dividindo a novela em duas partes, Camilo salienta, de modo bem vincado, como veremos, dois percursos existenciais bem diferentes, mas nem por isso menos complementares: primeiro, o narrador camiliano apresenta-nos a história de Josefa da Lage; depois, com a trágica morte desta, narra-nos a vida de sua filha, Maria Moisés. 

Vejamos, mais detidamente, os eventos que preenchem cada uma das partes.

• História: duas vidas e um segredo

Assim, na 1ª Parte da narrativa, assistimos ao trágico desfecho dos amores contrariados dum jovem cadete de cavalaria (António de Queirós), filho dum orgulhoso fidalgo de Cimo de Vila, por uma simples "rapariga de baixa condição", da aldeia de Santo Aleixo. É uma paixão súbita, que começa a desenvolver-se num cenário campestre e idílico, a paisagem verde e arborizada da Ínsua, uma espécie de Ilha dos Amores. Amadurece em alguns poucos meses do Verão e Outono de 1812, levando os amantes a enfrentar os obstáculos que, entretanto, se interpõem à sua paixão, personificados no orgulho desdenhoso do pai de António, Cristóvão de Queirós e Meneses.
Recordemos, neste contexto de oposição ao amor dos dois jovens, a cena em que o austero pai procura contrariar os desígnios do coração, impondo outra escolha para um casamento mais conveniente com a condição social do jovem morgado. Repare-se na típica reacção de António, própria dos inflamados amantes camilianos – ousando enfrentar e desafiar a autoridade paterna, em nome da religião do Amor que abraçou de alma e coração. Influente, o pai não olha a meios para executar os seus desígnios.
Relembremos, então, uma das cenas mais típicas da ficção camiliana:
– Escolhi-te mulher – disse Cristóvão. – É ainda tua parenta por Meneses. Não é herdeira; mas o irmão morgado está héctico, e o segundogénito é aleijado e incapaz para o matrimónio. Virá ela portanto a herdar os vínculos. É preciso que a visites hoje comigo.
– Meu pai – respondeu António com respeitosa serenidade – pode V.ª S.ª dispor da minha vida; mas do meu coração já eu dispus. Ou hei-de casar com uma rapariga de baixa condição a quem prometi, ou não casarei nunca.
O velho pôs a mão convulsa nos copos do espadim, arquejou largo espaço, e disse:
– Duvido que você seja meu filho. Proíbo-lhe que se assine Queirós de Meneses. Adopte o apelido de algum dos meus lacaios.
António levantou o rosto e redarguiu:
– Não se ultraja assim a memória de minha mãe.
O velho nutava entre a cólera e a vergonha. Estendeu o braço, e apontou-lhe a porta, rugindo:
– Espere as minhas ordens no seu quarto.
Ao outro dia, um mandado da regência ao intendente-geral da Policia ordenava a prisão do cadete de cavalaria António de Queirós e Meneses no Limoeiro" (pp. 135-7).

A 2ª Parte da novela começa exactamente no ponto em que termina a história da 1ª Parte. É constituída pela história da filha enjeitada, a criança encontrada no rio pelo pescador Francisco Bragadas. Baptizada com o nome de Maria Moisés, é criada na quinta de Santa Eulália. Recorde-se, marginalmente, que o motivo temático do filho(a) enjeitado(a) é relativamente frequente na ficção camiliana, sendo origem das romanescas cenas do reencontro ou reconhecimento, como irá acontecer na derradeira cena de Maria Moisés.
Recolhida pelo caseiro da quinta de santa Eulália, a jovem Maria Moisés é adoptada pelos fidalgos de Santa Eulália e educada sob a orientação do bondoso Cónego João Correia Botelho, acabando por herdar a quinta de Santa Eulália. Aos 18 anos, manifesta a vocação da sua vida: "criar meninos enjeitados!", isto é, dedicar-se a uma vida de amor caridoso pelos mais pobres e abandonados, como ela o fora. Paulatinamente, lá vão chegando as crianças, que ela alimenta e educa com desvelos maternais e uma generosidade quase sem limites, "porque o prazer de dar é muito maior que o de receber". Parece que o seu nome, de inspiração bíblico-religiosa, se revelava um elemento predestinador deste "plano caritativo" (p. 181).
Por fim, passados quase quarenta anos, e como uma manifestação da Providência divina (que aqui agracia, e não castiga), surge a cena do encontro entre pai e filha ou reconhecimento, cena que na tragédia grega se designava por anagnórisis. O amargurado emigrante brasileiro abraça a filha perdida, num sublime lance que a ficção romanesca de Camilo tradicionalmente explora:
"(...) E, tomando as mãos de Maria, prosseguiu: – Se eu morrer debaixo da luz dos teus olhos, Deus me chamará a si, não pelos meus merecimentos, mas pelas virtudes de minha filha. Pedirás então a Deus por teu pai, Maria?
– Eu! Jesus! Eu sua filha! – clamou ela, pondo as mãos convulsas, quando ele a beijava na fronte.
Maria caíu de joelhos, pendente dos braços do pai; e os velhos e as crianças ajoelharam também, trementes e extáticos, sob a faísca eléctrica daquele sublime lance" (p. 208).

Do que até aqui se foi dizendo, sobressai o sentido edificante assumido pela novela Maria Moisés. A dupla história duma mãe que se perde, ao entregar-se à paixão, e duma filha enjeitada que redime o pecado dos pais, através duma virtuosa vocação para a caridade, constitui-se naturalmente como fábula narrativa com uma moralidade manifesta. Isso mesmo foi assinalado pela crítica desta novela:
"O mesmo sentido edificante, de timbre cristão, distingue a segunda parte de Maria Moisés. A heroína é um símbolo vivo da caridade (...); a enjeitada, dedica a vida a outros enjeitados, o que é um modo de saldar uma dívida pessoal de gratidão (...). António de Queirós, por seu turno, vem reparar o mal feito a Josefa proporcionando a Maria Moisés, sua filha, as condições para cumprir a sua missão e o seu sonho" (1).

• Espaço: colorido minhoto
Como se depreende do título geral da colectânea (Novelas do Minho) que a novela Maria Moisés integra, estamos imersos em plena paisagem minhota embora geograficamente próximos da província de Trás-os-Montes. Sem cair em estéreis biografismos, não podemos esquecer que é uma região que o próprio escritor conhece bem, desde os tempos da infância e adolescência. Assim, a acção da novela Maria Moisés decorre num espaço geográfico relativamente limitado, uma vez que se centra numa pequena região, mais concretamente no pequeno concelho de Ribeira de Pena, junto ao rio Tâmega:

1ª Parte: freguesia de Santo Aleixo de além-Tâmega, com a particularização de vários lugares ou propriedades, como: Ínsua, Cangosta do Estêvão, Várzea das Poldras, Agra da Cruz, bravio do Pimenta, campo da Lagoa, quinta do Enxertado, Granja, Cimo de Vila, Cavês, encruzilhada do Mato, etc.

2ª Parte: freguesia de São Salvador de aquém-Tâmega (freguesia sede do conselho), mencionando também lugares como: Quinta de Santa Eulália, Quinta do Enxertado, casa da Temporã, etc. (além dos vários lugares referidos na 1ª Parte). 

Fonte: 
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/letras/candid10.htm

Obra digital, aqui: 
http://web.portoeditora.pt/bdigital/pdf/NTSITE99_MariaMoises.pdf



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Casa de Camilo - Noites de Insónia

«As “Noites de Insónia” têm como finalidade a descoberta de formas diferentes de aproximação aos textos camilianos, através da discussão em grupo de determinadas obras, escolhidas previamente. Do gosto pela leitura e da conversa sobre o que se lê, da troca de opiniões, de pontos de vista, de associações, procuraremos criar cumplicidades e desenvolver o gosto por uma leitura mais activa e partilhada da obra do romancista de Seide.» http://camilocastelobranco.org/index2.php?co=569&tp=6&cop=260&LG=0&mop=604&it=evento_lst Coordenadores: 2009 - Professor Cândido Oliveira Martins - Universidade Católica de Braga 2010 - Professor Sérgio Guimarães de Sousa - Universidade do Minho 2011 - Prof. João Paulo Braga

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