Casa de Camilo

Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco
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Seide Saúda-vos!

24 de setembro de 2011

As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado

No passado dia 21 de Setembro, reuniu-se o grupo de leitores das Noites de Insónia, na Casa de Camilo, sob a coordenação do Professor João Paulo Braga.

Depois de férias, nada melhor do que relembrar o espírito irónico de Camilo através da sua obra: As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado.


"Nasce o herói. A cabeça e as espertezas do mesmo"

Setembro 13, 2011 por Casa de Camilo: http://casadecamilo.wordpress.com/


Basílio foi o primogénito e único. Nascera muito gordo e extraordinariamente volumoso. Tinha a cabeça igual ao restante corpo, e uns pés dignos pedestais do capitel da irregular coluna. Enquanto ao tamanho da cabeça, foi este o motivo para muitas alegrias na casa; no parecer daquela mãe ditosa, a grandeza da cabeça era sinal de juízo, e o tamanho das orelhas correlativas sinal de bom coração. O pai, como não tinha ideias suas acerca de orelhas, abundava nas de sua mulher, posto que de via certa soubesse que um mau vizinho da porta dissera que o seu Basílio era aleijado, e sairia com orelhas de burro, se se demorasse mais de três meses no ventre materno.

… José Fernandes, como o filho tivesse oito anos bem espigados, comprou-lhe um A B C, e foi levá-lo à escola. Era a cabeça de Basílio, no dizer do mestre, muito mais dura, e tapada, e maior que a bola de pedra da torre dos Clérigos. Ao cabo de três meses, Basílio já conhecia um o e um i; mas, se tirassem o ponto ao i, chamava-lhe o. O mestre seguia o sistema da pancadaria, sistema o mais racional de todos com cabeças daquele feitio.

(In As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado)

3 de setembro de 2011

A Ponte entre os Amores de Camilo...


Foto da autora do blog. Proibida a cópia sem autorização.


Amor de Perdição

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Amor de Perdição é o título de uma novela portuguesa de Camilo Castelo Branco, escrito em 1862. É o mais famoso romance do autor, um dos expoentes do romantismo em Portugal.

A redação dessa obra, sua maior novela passional, foi inspirada em suas desventuras - sempre envolvido em casos amorosos complicados - e na peça Romeu e Julieta, de Shakespeare. Com a publicação da obra em 1862, Castelo Branco alcança grande popularidade.




Amor de Salvação


Amor de Salvação é o título de um romance de Camilo Castelo Branco, publicado em 1864.

«O amor salva? O romance Amor de Salvação, de Camilo Castelo Branco é um romance passional, considerada pela crítica uma das obras mais bem acabada do autor. A história relata lembranças que são contadas ao narrador pelo protagonista, em uma noite de Natal, após um reencontro entre os dois que não se viam há quase doze anos...» - resumo no blog "Camilo 2.0" (http://camilo20.wordpress.com/2009/06/26/amor-de-salvacao-3/)




No slide: Um amor comum - nos cenários de Samardã e Ribeira de Pena



"Quando Camilo Castelo Branco desceu de Vilarinho da Samardã para Ribeira de Pena, atravessando as áridas paisagens do Alvão, seria um rapaz imberbe, com apenas quinze anos feitos. Convivendo com o drama da orfandade, integrado numa família para quem era mais um encargo do que alegria, Camilo começava a despontar para a vida, para o amor, para o sonho e para a ansiedade de possuir o mundo. Acredito que ao descer de Vidoedo e vislumbrar todo o vale do Tâmega verdejante, viçoso, a seus pés, tenha sentido arroubos de liberdade.

Esperava-o, lá no fundo, junto ao rio, sua prima Maria do Loreto, casada com um lavrador da Casa do Moreira, em Friúme. Em Friúme, Camilo conviveu com o boticário Macário Afonso que lhe ensinou a jogar “às damas e ao gamão”; com o tabelião José de Mesquita Chaves, de quem foi “amanuense” pelo menos durante um mês; com os fidalgos da Casa de Fontes com os quais organizou entremezes. Frequentou as aulas do Padre Manuel da Lixa, na Granja Velha “sujeito de não vulgar lição e bom velho, sobretudo”. Calcorreou rios e montes atrás de trutas e de coelhos. Casou na Igreja do Salvador a 18 de Agosto de 1841 com Joaquina Pereira de França. Camilo conta que saiu de Ribeira de Pena fugido “aos punhos de um morgado visigótico”, que ridicularizara em versos. Os punhos eram certamente verdadeiros, o castigo acredito que merecido, mas tudo não terá passado de um pretexto para iniciar novos voos, que uma terra pequena e fechada como Ribeira de Pena não permitiam ao génio do futuro romancista. Que ficou de tudo isto? Páginas inesquecíveis onde a memória da Ribeira perpassa com grande riqueza de elementos. Personagens como Santo da Montanha ou o Fidalgo Mendigo, delírios como os do Fantasma do Capitão-Mor de Santo Aleixo ou o enredo de “Como Ela o Amava”. Essa pequena jóia da literatura portuguesa, a “Maria Moisés”, toda ela ribeirapenense.


Seguramente, Ribeira de Pena não era terra para Camilo Castelo Branco. Mas a sua arte teria sido bem mais pobre sem o manancial humano que o escritor ali bebeu em dois curtos anos de vida."


Serviços Municipais - Camilo e Ribeira de Pena:
http://www.cm-rpena.pt/?pg=serv_municipais&sec=ecd&sec2=camilo_r_p

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Casa de Camilo - Noites de Insónia

«As “Noites de Insónia” têm como finalidade a descoberta de formas diferentes de aproximação aos textos camilianos, através da discussão em grupo de determinadas obras, escolhidas previamente. Do gosto pela leitura e da conversa sobre o que se lê, da troca de opiniões, de pontos de vista, de associações, procuraremos criar cumplicidades e desenvolver o gosto por uma leitura mais activa e partilhada da obra do romancista de Seide.» http://camilocastelobranco.org/index2.php?co=569&tp=6&cop=260&LG=0&mop=604&it=evento_lst Coordenadores: 2009 - Professor Cândido Oliveira Martins - Universidade Católica de Braga 2010 - Professor Sérgio Guimarães de Sousa - Universidade do Minho 2011 - Prof. João Paulo Braga

Encontros 2012 - Professor Sérgio

15 Fevereiro - "Memórias do Cárcere" - Discurso Preliminar
7 Março - "Memórias do Cárcere" - Do I capítulo ao V

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2011 "A Viúva do Enforcado" - 16 de Novembro - 21:30 "A Filha do Arcediago" - 19 de Outubro - 21:30 "As Aventuras de Basílio Enxertado" - 21 de Setembro - 21:30 "Maria Moisés" - 9 de Julho - 21:30 "O Cego de Landim" - 15 de Junho - 21:30 "O Retrato de Ricardina" - 4 de Maio - 21:30 "A Corja" - 6 de Abril - 21:30 "Eusébio Macário" - 9 de Março - 21:30 "A Sereia" - 9 de Fevereiro - 21:30

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"Estrelas Propícias" - 11 Novembro - 20h "A Brasileira de Prazins" - 21 Outubro - 21h00 "Novelas do Minho" - 16 Setembro - 21h30 "Coração, Cabeça e Estômago" - 17 Junho - 21h30 "Vinte horas de Liteira" - 22 Maio - 21h30 "Memórias do Cárcere" - 30 Abril - 21h30